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Alfaces adaptadas a condições tropicalizadas se destacam no clima quente do Brasil
Os produtores de hortaliças lidam com temperaturas cada vez mais altas no dia a dia, o que tem exigido uma revisão estratégica do planejamento de suas propriedades quanto aos produtos cultivados. No caso das alfaces, cultivares adaptadas a climas mais quentes e que podem ser plantadas em cultivo protegido ganham espaço no mercado, mitigando os efeitos do calor no decorrer do seu desenvolvimento.
O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), no início de 2024, apresentou à sociedade dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM) referente ao clima brasileiro em 2023. Segundo o levantamento, esse foi o ano mais quente da história do País, ao registrar temperatura média de 24,92°C e nove episódios de ondas de calor.
De acordo com estudo desenvolvido por Franciely S. Ponce, Silvia Graciele Hulse de Souza e Thiago Alberto Ortiz, engenheiros agrônomos e professores da Universidade Paranaense (UNIPAR), o cultivo de alface em altas temperaturas e, consequentemente, com maior influência de chuvas, é algo desafiador aos agricultores. Um dos resultados dessa ação climática é a produção de plantas com menor tamanho e número de folhas, ou plantas debilitadas com pendoamento.
Além disso, o excesso de umidade, aliado a maiores temperaturas, intensifica os problemas com doenças foliares e podridões causadas por fungos e bactérias. “Por isso, é muito importante para o produtor trabalhar com as cultivares adequadas para essas condições, pois, dessa forma, potencializa os resultados produtivos”, explica o especialista em Brássicas e Folhosas da Agristar do Brasil, Silvio Nakagawa.
Diferentes soluções para plantio com temperatura elevada
A linha TSV Sementes da Agristar possui em seu portfólio cultivares que se adaptam ao clima quente e que podem, também, ser cultivadas de forma protegida, como é o caso da alfaces Margarete e Pira Roxa.
“Em condições mais adversas, como as temperaturas elevadas em áreas como o Rio de Janeiro, Minas Gerais e a região Nordeste, a alface Margarete tem um bom desempenho, devido à sua robustez, à tolerância de raiz e às resistências ao pendoamento precoce e ao vírus LMV e outras doenças”, explica Nakagawa.
Esse é um material que se adapta tanto para o plantio em campo aberto quando para o cultivo hidropônico. “A Margarete pode ser colocada em ambas as situações, sendo uma opção mais versátil aos produtores tanto por resistir a temperaturas mais altas quanto por poder se desenvolver de forma protegida e controlada”.
Já a cultivar Pira Roxa, como o próprio nome evidencia, é uma alface de coloração roxa vibrante, ideal para consumo em saladas e pratos decorativos. Ela foi pioneira na adaptabilidade para cultivo em condições tropicalizadas entre os materiais que apresentam essa cor.
“Antes dela, não existiam alfaces de coloração roxa e crespas que fosses desenvolvidas para as características encontradas no Brasil, de clima quente e chuvoso. Com uma raiz vigorosa, ela consegue enfrentar melhor o calor”, enfatiza o especialista.
A alta produtividade também é um destaque desse material. “Devido à sua precocidade, os ciclos de produção são mais acelerados, permitindo ao produtor realizar mais cultivos ao longo do ano, intensificando a produtividade da cultura, principalmente no caso da hidroponia”, conclui.